A palavra do Senhor já está aí diante de nós, em Efésios, capítulo 6, versículo 13:
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau. E, depois de terdes vencido tudo, permanecei inabaláveis”.
Glória a Deus! Depois de vencer tudo, permanecer inabaláveis!
Em Efésios 6, Paulo nos lembra de uma batalha espiritual invisível, que acontece a todo momento, ainda que nossos olhos não a percebam. Ele afirma que a nossa luta não é contra carne nem sangue, não é contra pessoas, mas contra principados, potestades, forças espirituais da maldade espalhadas nas regiões celestiais. Mas o mesmo capítulo garante: não estamos desarmados. Deus nos revestiu de uma armadura completa, e não apenas para resistir, mas para vencer tudo!
Esse capítulo 6, porém, não pode ser lido isoladamente. Ele está dentro de uma carta que tem como tema central a revelação da igreja gloriosa. Paulo recebeu de Deus o mistério que estava oculto em gerações passadas, mas que agora foi revelado em Cristo: a igreja como corpo de Cristo, como instrumento de Deus para confundir e derrotar os poderes das trevas. Essa carta foi escrita aos irmãos de Éfeso, mas circulou também por outras cidades. Hoje, ela chega até nós.
Paulo escreve essa carta da prisão em Roma. Mesmo cativo, ele se apresenta como prisioneiro do Senhor, não de Roma. E ali, em meio às correntes, ele anuncia que a igreja é o segredo de Deus, revelado em Cristo, o corpo onde cada membro tem uma função, como no nosso próprio corpo humano. Quando cada um cumpre a sua parte, tudo flui. Assim é a igreja: a arma secreta de Deus para estabelecer o seu Reino.
Por isso, antes de falar da armadura, Paulo nos mostra qual é a nossa posição em Cristo. No capítulo 1 de Efésios, ele declara: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que já nos abençoou com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”. Você leu bem: já nos abençoou. Não vamos ser, nós já fomos! Ele nos escolheu antes da fundação do mundo e projetou para nós a identidade de filhos por meio de Jesus, para vivermos santos e irrepreensíveis diante dele.
Amados, nós não somos obra do acaso. Nenhum de nós nasceu por acidente. Você foi projetado por Deus antes da fundação do mundo. Os seus pais talvez não sabiam, mas você já estava no coração do Senhor. Ele nos amou antes de qualquer comportamento nosso, antes de qualquer mérito. Foi por graça. E em Cristo, pelo seu sangue, fomos resgatados, perdoados, santificados. A dívida está paga. Aleluia!
Isso muda a lógica: não é o nosso bom comportamento que nos torna justos, é a justiça de Cristo que nos leva a viver de modo justo e santo. Primeiro recebemos a graça, depois o Espírito Santo vai moldando nosso caráter. Não é “vou arrumar minha vida para depois vir a Deus”; é “venha como está, e Deus arruma”. Glória a Deus por isso!
Paulo segue no capítulo 2 e lembra que, antes de Cristo, estávamos mortos em delitos e pecados, seguindo o curso desse mundo, escravizados pelas trevas. Mas Deus, rico em misericórdia, nos deu vida com Cristo, nos ressuscitou e nos fez assentar com Ele nos lugares celestiais. Essa é a nossa posição em Cristo! Antes estávamos perdidos, agora somos nova criação, com um DNA vitorioso. Temos duas naturezas: a carnal, que ainda nos tenta, e a espiritual, que nos dá autoridade para dizer “não” ao pecado.
Não é por obras, é dom de Deus. Não porque merecíamos, mas porque fomos amados. O Pai desejou ter filhos, e nos adotou em Cristo. Aleluia!